quinta-feira, 5 de junho de 2008

Profile




Tenho, entre ondas, navios que ainda não chegaram ao porto.
Projetos e Sonhos sendo construídos ou reformulados.
São minhas embracações a serem lançadas ao mar.
Eu mesma estou em reconstrução.Sinto culpa e vergonha por algumas coisas que fiz.
Não arrepender-se de algo feito talvez seja pensamento corrente. A mim parece inútil e hipócrita porque teria feito diferente em todas ocasiões que errei.
Aceitar o arrependimento e transformá-lo em aprendizagem faz parte dessa minha
(re)construção.
Essencialmente sociável, na maior parte das vezes estou ao redor de pessoas queridas, celebrando a vida em mesinhas de bares, dançando, dividindo experiências e impressões ou apenas curtindo o cotidiano em boa companhia.
Ás vezes não tenho a menor vontade de ver pessoas e sinto-me como se estivesse à espera de algo novo e estranho que fará consumir em fogo o lado não consumido de minha alma.
Nesses instantes, cuido do jardim de uma casa afastada de todas as outras casas. Lá vive meu EU verdadeiro, bem diferente das aparências que os homens chamam com meu nome.
Não que eu prefira esta ilha rodeada de isolamento e solidão, mas tenho precisado muito desse meu refúgio onde tento entender a singeleza da vida, sem me decepcionar ou me sentir entediada.
Sou uma menina numa história de mulher.
Amo o vento, sem mesmo entender como sua tirania que destrói e carrega em fúria os homens e suas construções, é também a doçura que ternamente brinca com as fitas dos meus cabelos.
Sinto paz nas chuvas e tempestades.
Tenho procurado visitar com mais frequência a casa da simplicidade que os deuses construíram à beira do rio dos sentimentos.
Quero flauta e cantos na minha Alegria, e preservar o direito de sentar-me à mesa com minha Tristeza.
Claro que, como as flores, prefiro olhar para cima afim de ver a luz e não a minha sombra.
Nem sempre é fácil viver nessa dualidade.
É bom subir das profundezas e, com as sereias, sentar-me nas pedras para contemplar as estrelas.



Dias de maior tranquilidade, olhos novamente bem abertos pras pequenas coisas.
E como vivo delas, dias são mais felizes, respiro melhor.
Há cores.
E nas lágrimas , há a tal melancolia charmosa, que passa , sempre passa e...
clareia o sorriso.

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